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Você que tem crianças em casa e decidiu sair do Brasil, já pensou em como é morar com filhos pequenos em Portugal?

Se mudar de país gera preocupação e demanda planejamento, quando se tem filhos, todos os itens da lista ganham dimensões muito maiores.

É preciso pensar desde a alimentação até a adaptação na creche ou escola, e ainda preparar a criança para todas as novidades: as boas e as ruins, como por exemplo, estar longe dos familiares e dos amiguinhos.

filhos Pequenos em Portugal
A nossa chegada em Portugal

O que tem de melhor para as crianças em Portugal

Sem dúvida, a questão da segurança está no topo dos motivos de quem deixa o Brasil e vem experimentar a vida na Europa.

Portugal é um país relativamente pequeno, com 10 milhões de habitantes, o que facilita o controle da ordem pública por parte da polícia, o índice de criminalidade é baixo e Portugal está na lista dos países mais pacíficos do mundo.  

Nas ruas, é comum ver crianças a caminhar sozinhas nas calçadas, sem dar a mão a um adulto.

Os pais sentem-se seguros também em relação ao trânsito porque a maioria dos motoristas respeitam as faixas de pedestres, que aqui são chamadas de passadeiras. 

A segurança também é um ponto forte nos espaços públicos de lazer: praças e parques infantis são bem cuidados e oferecem atrações para todas as idades.

Moramos próximo ao Parque da Rodovia, em Braga, e o espaço é uma excelente opção para os dias sem chuva. Tem ciclovia, pista de skate, parede de escalada, brinquedos e muito espaço para os “miúdos” correrem.   

E como são as escolas públicas portuguesas?

A escola é um item que requer muito acompanhamento dos pais.

A diferença começa pelo tempo em que a criança fica na escola: o ensino é em período integral.

Minha filha chegou e entrou no primeiro ano do primeiro ciclo (Ensino Básico), o horário de entrada na escola é às 9 horas da manhã e a saída às 17:30 da tarde. Então, um dos primeiros desafios é ajustar a rotina e o horário do sono da criança para levantar de manhã cedo não seja um problema. 

Como a criança passa o dia na escola, a alimentação é mais uma questão que merece acompanhamento.

Nas cantinas das instituições, eles servem sopa de entrada – hábito saudável e comum entre os portugueses – mas que no Brasil não faz parte da rotina da maioria das crianças. E as funcionárias das escolas incentivam e, por vezes, insistem para que todos comam a sopa. O motivo é que neste prato há nutrientes importantes e necessários à alimentação infantil. Para minha filha mais nova, de 3 anos, a inserção da sopa no cardápio foi tranquila; já para a mais velha, que tem agora 8 anos, comer a sopa é um exercício diário.

O cardápio nas escolas é planejado por nutricionistas de empresas que preparam as refeições e, por isso, incluem verduras, legumes, peixe.

Para a maioria, o início é complicado, mas depois as mães e pais agradecem pelos hábitos alimentares saudáveis que aos poucos tornam-se do agrado dos pequenos.

Leia também: Educação infantil em Portugal, saiba como funcionam creches e escolas

 

Ensino na escola pública

Em relação ao ensino, a educação parece mais rígida e os professores exigem resultado dos alunos. Mas para isso, oferecem para aqueles que tem mais dificuldade o chamado apoio escolar.

Minha filha que entrou no primeiro ano, fez atividades extras de português, para se adaptar à língua que apesar de ser a “mesma” tem muitas diferenças.

Uma questão interessante é o estímulo à autonomia das crianças.

Nos primeiros tempos, esse item me causou trabalho e preocupação.

Acostumada ao estilo das escolas do Brasil onde todos os recados vinham escritos numa agenda, sentia-me perdida quando minha filha chegava em casa e dizia “amanhã tem que levar tal material, mas eu não lembro quantos, e na verdade não tenho certeza que seja para amanhã”!

Os professores falam os recados em sala de aula e as crianças têm  de memorizar e serem organizadas e responsáveis para passar a informação adiante.

Muitas vezes fui salva por mães e pais de outros coleguinhas, com que eu tinha contato. Mas nada que o tempo não resolva. Hoje, minha filha anota os recados no caderno e está muito mais organizada em relação às tarefas para casa e atividades extra classe.  

E a saúde? O que eu faço se meu filho ficar doente?

O sistema de saúde pública em Portugal funciona bem.

Claro que em algumas épocas, como o inverno por exemplo, a procura por postos médicos e atendimentos de urgência aumenta e aí a espera por uma consulta é inevitável.

Mas o atendimento é bom. Aqui as pessoas são cadastradas para atendimento com um médico de família que faz as consultas gerais e encaminha para especialistas, caso haja necessidade.

Portugal tem uma política para a saúde infantil que atua na prevenção.

Depois de  estar devidamente cadastradas em um posto de saúde, as famílias recebem em casa correspondências para marcação gratuitas de consultas quando as crianças atingem determinadas idades.

São encaminhadas também para rastreio visual, recebem a partir dos 7 anos um cheque dentista para acompanhamento da saúde bucal, na época de troca da dentição. 

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E as vacinas em Portugal são as mesmas do Brasil?

Nem todas as vacinas que estão na lista do sistema público de saúde do Brasil coincidem com as de Portugal.

Mas a adequação é simples. Basta levar a carteira de vacinação até um posto de saúde e eles fazem a comparação e indicam se falta alguma vacina para a criança. A dose é aplicada no mesmo posto e de graça, mediante marcação de horário. 

E qual a desvantagem de morar em Portugal com filhos pequenos?

O ponto crucial é a distância da família, dos amigos, dos primos, dos padrinhos.

Um desafio não só para a criança que precisa aprender a lidar com a saudade, que precisa entender a interação à distância, como para os pais que não tem apoio para as horas mais complicadas.

Nesse ponto, a tecnologia e a agilidade da comunicação atualmente ajuda muito. Chamadas de vídeo permitem aos familiares acompanharem o crescimento das crianças.

Claro que sempre tem a falta “daquele” abraço, mas quando o amor é verdadeiro, ele sobrevive e se adapta à distância.

Depois da euforia da chegada em um país novo, minha filha mais velha na época com 6 anos chorava de saudade dos colegas. Era só ouvir no rádio uma música brasileira – o que é muito comum aqui – que começavam as lágrimas e o discurso de que aquela canção lembrava tal pessoa ou determinado momento.

Até para os adultos, essa questão é delicado e é preciso conversar a respeito em família para tornar a saudade algo tranquilo e até positivo.

Uma recarga na bateria é a visita de parentes ou quando se consegue programar uma visita ao Brasil. Estar como visitante é muito bom, só passeios, encontros e mimos.  

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Então, é válida uma mudança de país com filhos pequenos?

Cada família precisa analisar a questão com calma, a resposta é muito particular.

Mas uma coisa é certa, o ditado “quem não arrisca não petisca” é muito válido aqui.

Só experimentando para saber se os desafios podem ser facilmente superados em função das vantagens que estão do outro lado da balança.

Sair da zona de conforto é difícil quando se está sozinho e ainda mais quando se leva junto para territórios desconhecidos os filhos pequenos.

Mas o desconhecido pode e deve ser desbravado e o caminho a percorrer  pode ser uma aventura inesquecível, prazerosa e enriquecedora. 

By Martins & Oliveira - Sociedade de Advogados

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