Se você mudou-se recentemente para terras portuguesas ou se está em fase de planejamento para isso, saiba que, quando se fala em energia elétrica em Portugal, são vários os detalhes que podem causar curiosidade no consumidor. Por isso, neste texto você irá encontrar informações importantes sobre a média de custo com energia, como ocorre a medição, o que muda em 2023, qual a diferença entre Brasil e Portugal relativamente à energia elétrica, o que são energias renováveis e não renováveis, entre outras informações. Acompanhe o conteúdo na íntegra!
Índice de Conteúdo do Artigo
Qual a média de custo com energia elétrica em Portugal?
Antes da explicação sobre a média de custo, vale dizer que, de acordo com os boletins de comparação de preços de eletricidade e de gás natural divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), em outubro de 2022, Portugal foi o 13.º dos 27 países da União Europeia (UE) com o preço mais elevado de eletricidade no consumo doméstico.
Assim, um casal pode gastar de 30 a 50€ em média, na conta de luz mensal, entre os meses de Primavera e Verão. Os preços, porém, podem chegar a médias de 60€ a 85€ mensais no Inverno, conforme o tipo de aquecimento da casa, os hábitos de consumo específicos, eletrodomésticos utilizados, entre outros fatores que podem mudar esse cenário.
Como é medida a energia elétrica em Portugal?
Para saber sobre a medição da energia elétrica em Portugal, entenda que tudo vai depender muito do tipo de potência elétrica contratada. O kVA, ou kilovolt, é a unidade de potência contratada, sendo as mais comuns as de 3,45 kVA e 6,9 kVA.
Neste sentido, a potência contratada é calculada através da multiplicação do preço da potência pelo número de dias do período de faturação. O valor, em euros, da potência, é alterado anualmente com base no IPC (Índice de Preços no Consumidor, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística).
Outro dado a se ter em conta é que a potência de eletricidade contratada está relacionada com o número de eletrodomésticos que a pessoa costuma utilizar em simultâneo em casa.
Depois, há o cálculo do consumo, que é a multiplicação do preço do quilowatt-hora (kWh) pelo que foi consumido no período de faturação. Este preço pode variar semestralmente, com base na evolução dos preços médios a que as comercializadoras obtêm a eletricidade no MIBEL (Mercado Ibérico de Energia Elétrica).
Por este motivo, o valor total a pagar pela eletricidade é o resultado da soma de duas parcelas: Potência Contratada (kvA) + Consumo.
Qual a diferença entre a energia elétrica em Portugal e no Brasil?
A principal diferença está relacionada ao fornecimento de energia elétrica e gás natural. Isso porque, no Brasil, são os governos estaduais que concedem o direito de atuação das companhias de energia para determinada região. Neste contexto, o consumidor não pode escolher a companhia que acha a mais adequada. E recebe, mensalmente, a fatura de pagamento proveniente de uma mesma empresa.
Por outro lado, o que ocorre em Portugal, é que a concorrência é permitida. No chamado mercado-livre, a pessoa tem alternativas dentre as companhias de energia e gás natural, o que acaba por facilitar o caminho de escolha para um melhor custo-benefício.
Hoje em dia são mais de 40 empresas que fornecem energia e gás natural em Portugal. As mais conhecidas são a EDP, que opera não apenas na comercialização, como ainda na produção e distribuição de energia. Existem também a Iberdrola, empresa espanhola que fornece energia elétrica em Portugal, gás natural e energia eólica; a Endesa, também de origem espanhola e a Goldenergy, de origem portuguesa.
O que muda na energia elétrica em 2023 em Portugal?
Segundo as explicações do próprio site do Governo Português, no mercado regulado, mesmo que haja uma subida de 1,6% na energia, este valor está muito abaixo dos 4% de inflação previstos no Orçamento do Estado. Por isso, o preço real da energia elétrica em Portugal irá pesar menos na carteira em 2023.
Alguns dos fatores para esta mudança envolvem a descida das tarifas de acesso às redes, o peso crescente das energias renováveis (em especial, da energia hídrica), o efeito dos contratos de longo prazo (que surgem para a proteção dos clientes) e o benefício gerado pelo Mecanismo Ibérico.
As tarifas de acesso às redes reduziram, de forma geral, porque foram mobilizados 4,5 milhões de euros com a intenção de conter o preço da eletricidade. O impacto desta decisão é refletido numa redução inédita das tarifas de acesso às redes.
Algumas empresas já anunciaram reduções significativas de preços, que oscilam entre 11 e 15%. Outras, anunciaram a manutenção de preços ou subidas abaixo da taxa de inflação prevista. Por esta razão, os preços de energia para os consumidores vão variar no mercado em função dos preços internacionais e da oferta de cada empresa comercializadora do serviço. Assim, o conselho é seguir em atenção, aproveitando essa baixa de preços, mas avaliando as melhores propostas de cada companhia.
Como é a energia limpa em Portugal?
Para estar por dentro da energia limpa, o consumidor precisa saber que, antes de chegar ao seu destino final, a energia passa por diversas fases, abrangendo a exploração do recurso na fonte, a produção, o transporte, a distribuição e o armazenamento.
Portugal conta com diferentes fontes de energia limpa, ou de origem renovável: sol, vento, água, ondas, calor terrestre e biomassa.
Muito do que é gerado em energia renovável no país é graças à energia solar, fonte renovável mais limpa e abundante disponível, sendo um importante recurso para a geração de eletricidade ou aquecimento de água de uso doméstico, comercial ou industrial.
Entretanto, para além destas fontes, Portugal recorre ainda a energias não renováveis, ou de origem não limpa, para garantir a satisfação das necessidades energéticas da população. São os chamados recursos fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás natural. O petróleo consumido é importado da Angola e da Rússia, o gás natural da Argélia e da Nigéria, e o carvão da Colômbia.
A boa notícia é que Portugal determinou no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030) a meta de atingir 47% de energias renováveis no consumo final de energia, incluindo 80% de eletricidade limpa. Caso alcance essa meta, o país irá encontrar destaque no cenário europeu quando se trata de boas práticas de consumo de energias renováveis.