Se você escolheu Portugal para viver, seja através do processo de nacionalidade ou então como investidor, em algum momento, deve ter planejado o futuro com base nos seus rendimentos e economias. Mas além dessa preocupação, há ainda fatores externos que podem influenciar diretamente no andamento do seu plano de vida.
Por isso, separamos alguns pontos importantes da previsão feita pelo Banco de Portugal, em seu Boletim Econômico, acerca da economia portuguesa até 2021.
Economia pós 2013
O cenário de recuperação econômica de Portugal que seguiu após o ano de 2013, foi marcado sobretudo pela importância das exportações no PIB frente ao todo, de forma ascendente. O consumo da população se manteve quase que inalterado nesse período, mesma tendência que apontam as projeções até 2021, e assim como revela o Banco de Portugal, continuidade que garante sustentabilidade do crescimento da economia.
Mas essa dependência das exportações fazem com que o país esteja muito mais atento aos movimentos internacionais. Medidas protecionistas e de penalização do comércio internacional, por vezes guiadas por Estados Unidos e China, podem afetar a confiança e o otimismo de agentes econômicos.
Quando se trata da zona do Euro, especificamente no que tange à saída do Reino Unido do bloco, isso pode afetar diretamente as negociações e o investimento nos países vizinhos.
Mas de um modo geral, ao longo do horizonte até 2021, a economia portuguesa deverá progredir positivamente na recuperação das perdas antes de 2013.
Coerência e Otimismo sobre a Economia
Os números apresentados pelo Banco de Portugal, na sua previsão da economia de Portugal até 2021 podem ser vistos com coerência e otimismo.
Quando se prevê o crescimento do país em 1,8% de 2019, 1,7% em 2020 e 1,6% em 2021, logo após um ano de 2017 com 2,8%, há que se levar em conta, que estes são números, em todos os anos, acima da média dos países da zona do Euro. Há uma tendência mundial de desaceleração nesse período, mesmo assim, Portugal segue com números positivos e sustentáveis.
O Banco de Portugal em suas palavras, evidencia que esta será uma “fase de maturação do ciclo econômico”. O país, segundo a previsão, segue com taxas de crescimento positivas, mas a níveis progressivamente menores.
Investimento Público
Em anúncio realizado pelo Governo, após o primeiro Boletim Trimestral de 2019, depois de uma diminuição dos investimentos em 2018, há a previsão da ordem de 17% de aumento (comparativamente ao ano anterior) nos investimentos públicos, segundo sugere o primeiro ministro Carlos Costa.
Estes valores contribuem, para que 2019 seja um ano de aceleração e melhorias na infraestrutura do país, garantindo junto dos investimentos privados números positivos na economia do país.
Visto de residência D7 – aposentados, pensionistas, pessoas com rendimentos e atividade religiosa;
Exportação Portuguesa
As exportações, que em 2018, representaram quase metade da criação da riqueza do país, e com um desempenho muito acima da média em 2017, com 7,8%, tendem a ter números mais modestos nos próximos anos, de 3,5% a 4% nos próximos anos. Números estes que são influenciados pela taxa de crescimento econômico no mundo, o que traduz maior dificuldade, por parte das empresas de Portugal, em abocanhar fatia de mercado.
Turismo em Portugal
O Turismo em Portugal tem representado valores substanciosos para o PIB do país, e pelas previsões continuará a suportar a economia de Portugal. Isso porque o montante do setor representou em 2017 7% do PIB, com previsão de alcançar 9% nos próximos anos.
Mas há desafios a serem vencidos, como por exemplo, aumentar a abrangência geográfica dos visitantes e que a sazonalidade não se baseie apenas em sol e praia.
O Banco de Portugal sugere que deva haver mais investimentos em turismo de negócios, que representa apenas 8% do total gasto no país, e de um modo geral acontecem durante as estações do outono e da primavera.
Mercado de Trabalho
Projeta-se que a oferta de emprego continue a crescer no período até 2021, com números menos expressivos que os anos anteriores, mas ainda assim, positivos. Se em 2018, a taxa de crescimento foi de 2,2%, até 2021 as taxas anuais devem variar em 0,4 pontos percentuais.
O crescimento do emprego em Portugal é decorrente de investimentos e evolução no setor privado, ficando o setor público com números mais estáveis.
Já a taxa de desemprego irá reduzir-se em um ritmo mais moderado, devendo alcançar 5,3% em 2021.
Porto – a capital dos eventos internacionais;
Inflação
Os números da inflação portuguesa, que é medida pelo IHPC, Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, deverá manter-se praticamente estável e com números inferiores aos que são projetados para os países do bloco do Euro.
O setor energético, que influenciou diretamente a inflação em 2018, passa a ter participação quase nula nas projeções, desta forma, pode-se esperar 1,5% ao ano, a previsão de inflação para Portugal até 2021.
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Confira abaixo a conclusão feita pelo Banco de Portugal, acerca do seu Boletim Econômico: Projeções para a economia portuguesa: 2018-2021
Conclusão
O investimento privado produtivo cresceu a um ritmo muito superior ao da atividade, mas, simultaneamente potenciou a redução dos os níveis de endividamento das empresas não financeiras, desenvolvimentos que se perspetiva se mantenham no horizonte de projeção. O grau de abertura da economia aumentou significativamente, beneficiando do comportamento das exportações, com destaque para o aumento da relevância do turismo.
Esta alteração estrutural da economia potenciou a exposição da economia aos desenvolvimentos internacionais, em particular da área do euro. De facto, parte da desaceleração da atividade projetada para Portugal resulta da evolução esperada das exportações, num contexto de maturação do ciclo econômico também na área do euro e nas economias avançadas em geral, acompanhada por uma progressiva redução dos estímulos de política monetária. A elevada sincronia cíclica entre Portugal e a área do euro deverá persistir em 2018-21, traduzindo progressos ligeiros do processo de convergência do crescimento per capita da economia portuguesa.
Alguns dos principais desafios da economia portuguesa para os próximos anos são também os desafios da área do euro e da União Europeia. O aprofundamento da União Econômica e Monetária, em particular de mecanismos que permitam uma coordenação macroeconômica mais eficaz, uma partilha eficiente do risco e maior resiliência a choques desfavoráveis é essencial para garantir a estabilidade macroeconômica e as condições para o crescimento econômico no futuro.
A economia portuguesa continua ainda a enfrentar constrangimentos específicos ao crescimento no médio-longo prazo. Apesar dos progressos realizados nos últimos anos ao nível do funcionamento dos mercados e da redução do endividamento dos diversos setores da economia, estes fatores deverão continuar a condicionar a evolução do investimento – e, como tal, do capital enquanto fator de crescimento econômico – e da produtividade.
O processo de redirecionamento dos recursos para setores mais expostos à concorrência internacional, por natureza mais permeáveis à inovação, deverá prosseguir, potenciando efeitos de composição favoráveis à evolução da produtividade total dos fatores. Finalmente, o envelhecimento da população cria limitações ao contributo do fator trabalho para o crescimento, apesar de a evolução dos fluxos migratórios poder vir a compensar esta dinâmica negativa.
Neste quadro, a aposta no capital humano afigura-se essencial para promover o crescimento no longo prazo.
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