Portugal está passando pela pandemia de forma eficiente, tanto que tem a maioria da população vacinada e já entrou na terceira fase do desconfinamento. Porém, para a retomada da economia, está faltando mão de obra em Portugal. Se você pretende vir trabalhar em terras lusitanas, está aí um bom motivo.
Os setores mais afetados pela falta de mão de obra em Portugal são hotelaria, turismo, mobiliário, construção, agricultura, restaurantes, bares e cafés. Os proprietários das várias empresas nesses setores acreditam que, um dos motivos para a escassez de profissionais, tenha sido a insegurança e instabilidade que surgiram no início da pandemia.
Essas pessoas, que trabalhavam nesses setores no começo da pandemia, logo viram que seriam muito afetadas e começaram a buscar emprego em setores mais estáveis. Além disso, muitos cargos eram ocupados por brasileiros que resolveram voltar ao Brasil.
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Associação da Hotelaria faz apelo para aumentar a mão de obra em Portugal
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) está movendo esforços para que os empresários consigam retomar suas atividades com funcionários o suficiente, alertando, de forma constante, para a problemática da falta de trabalhadores no turismo.
Para a AHRESP é “fundamental que sejam criadas políticas de incentivo à contratação de profissionais e ao emprego nesses setores, para que a escassez de recursos humanos não constitua um travão à recuperação econômica dessas atividades”.
O último inquérito ao setor revela que 32% das empresas de alojamento e 67% de restauração (restaurantes) já sentiram necessidade de contratar novos colaboradores este ano. E cerca de 78% das empresas de alojamento e 91% na restauração sentiram dificuldades no recrutamento.
Falta de estratégias ou de mão de obra em Portugal?
O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) confirmou, ao portal português Nascer do Sol, que a falta de mão de obra qualificada é uma realidade que afeta o setor com a falta de mais de 70 mil trabalhadores.
Durante um congresso em Albufeira, no Algarve, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Raul Martins, apontou que o turismo precisaria de 15 mil trabalhadores para a retomada da economia.
Por outro lado, existe uma questão pertinente: ao mesmo tempo em que há muitos desempregados, há muita oferta de emprego. Então, o problema pode não ser exatamente a falta de mão de obra em Portugal, mas sim, a falta de estratégias para colocar empregadores e empregados em contato direto.
Inclusive, os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que a taxa de desemprego em setembro foi de 6,4%. Em comparação com o mês de agosto a taxa subiu 0,1%, mas comparando com setembro de 2020 esse valor desceu 1,6%. A população desempregada é de 331,3 mil.
Então, talvez sejam necessárias novas estratégias para preencher essas vagas em aberto e para que os desempregados encontrem as vagas. Sobretudo, é importante que as empresas criem treinamentos para esses profissionais, já que uma das principais queixas dos contratantes não é a falta de pessoas, mas sim, de pessoas qualificadas para as funções.
Claro, também é preciso lembrar que muitas das vagas nos setores mencionados são recusadas por profissionais portugueses, seja porque vão embora do país em busca de salários maiores ou porque buscam por oportunidades em áreas de sua formação específica, onde há mais estabilidade e projeção de melhores salários com a experiência profissional.
Rede de hotéis deve trazer funcionários do Brasil
Para ultrapassar essas deficiências em encontrar profissionais qualificados, algumas empresas estão trazendo mão de obra do Brasil.
Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo grupo hoteleiro Vila Galé (que também tem unidades no Brasil), garantiu que irá trazer 150 trabalhadores do Brasil para Portugal: “Por incrível que pareça, pessoas que tínhamos a trabalhar conosco, com o início da pandemia, começaram a ficar muito preocupadas e foram trabalhar para outros ramos. Nós na Vila Galé temos três frentes: a construção, a hotelaria e a agricultura. Em qualquer uma das três há hoje uma quebra tremenda de pessoal e, é por isso, que vamos dar formação e estamos a programar ir contratar no Brasil (…) Nós, embora numa escala muito menor, já fazemos esse intercâmbio”, disse à Lusa.
O setor de TI também tem necessidade de mão de obra em Portugal
Mesmo antes da pandemia, muitos profissionais brasileiros da área de Tecnologia da Informação já estavam firmando contratos com empresas europeias, incluindo Portugal. Mas, com a chegada da pandemia, houve uma necessidade ainda maior desses profissionais.
Portugal tem a intenção de se tornar “mais digital” nos próximos anos, e sentiu uma pressão nesse sentido quando a pandemia obrigou muita gente a trabalhar e realizar burocracias a partir de casa, usando a internet. Então, há vagas para cerca de 15 mil profissionais de TI no país, além de outras vagas relacionadas ao mercado digital.
Os brasileiros interessados em se mudar para Portugal, podem começar a trabalhar remotamente, ainda no Brasil (quando o cargo permite), até conseguirem o visto de trabalho para se mudarem para Portugal. As empresas estão cientes que essa é uma das melhores formas de preencher suas vagas com os bons profissionais brasileiros, e todos saem ganhando.